o Tempo:
hora vilão;
hora remédio pra minh’alma.

às vezes,
cobra-me:
ao seu juro, afirmando ser o próprio dinheiro.

às vezes,
ilude-me:
ao seu compasso, em uma leve dança.

o arrependido, espera.
o Tempo, não volta:
esqueceu-se do ontem.

o ansioso, afoba.
o Tempo, não acelera:
desconhece o amanhã.

sempre atrasado,
meu relógio conta o Tempo:
dias, meses e anos.

eu,
eterno iludido, acredito.
que o Tempo é ciclo.

tolo,
em um laço infinito, ignoro.
que o Tempo é agora.